7 Razões para impedir a destruição das Alagoas Brancas
7 Razões para impedir a destruição das Alagoas Brancas
1 - CLIMA
Agrava os impactos das alterações climáticas. As Alagoas representam uma das últimas zonas húmidas de água doce do Algarve. Estes sumidouros de carbono mitigam os impactos das alterações climáticas e estão a desaparecer mais rapidamente do que as florestas.
2 - BIODIVERSIDADE
Implica um atentado contra a biodiversidade. É o habitat de espécies de aves, mamíferos, insectos, anfíbios e répteis, alguns com estatuto de proteção elevada ou próximo de extinção. É um ecossistema e uma zona de alimentação, dormitório, refúgio, nidificação e reprodução de mais de 145 espécies de aves, contendo no seu total mais de 300 espécies de fauna e flora.
3 - ÁGUA
A seca no Algarve é estrutural (severa e extrema) e não faz nenhum sentido drenar e terraplanar charcos naturais que armazenam água doce ou criar canais artificiais para drenar água, desperdiçando e impedindo a recarga deste aquífero aluvionar, sendo um crime ambiental inviabilizar zonas de recarga e infiltração de aquíferos.
4- SEGURANÇA
Construir um retail park por cima de um aquífero e de uma zona húmida que deveria ser considerada zona ameaçada por cheias (ZAC), põe em risco a população e os seus bens, sobretudo neste novo regime climático de súbitas chuvas torrenciais no inverno e seca extrema no verão, o que em caso de desastre pode trazer custos elevados para o erário público.
5 - ECONOMIA
Mais um retail park numa zona onde já existem várias grandes superfícies é também destruir o comércio local e a relação de proximidade entre produtor e consumidor, é promover o consumo de matérias primas e alimentos vindos de outros continentes, onde a biodiversidade local é também destruída para os obter e onde a mão de obra é sobrexplorada.
6 - JUSTIÇA
Os tempos mudaram, vivemos num novo paradigma climático e ambiental e dispomos de novas informações, estudos e directivas. Segundo os artigos 115.º e 171.º do Decreto-Lei 80/2015 a Câmara de Lagoa pode anular o loteamento a custo zero, sem ter de pagar qualquer indemnização ao promotor Edifícios Atlântico. Tendo acesso a todas estas informações e mantendo a decisão de destruir e não classificar as Alagoas Brancas, a Câmara Municipal de Lagoa, a CCDR, a APA e o ICNF estão a ser cúmplices de ecocídio: isto é, a permitir um crime arbitrário, cometido de forma consistente (consciente?) sabendo que os seus resultados implicam danos graves e irreversíveis para o meio ambiente e biodiversidade, bem como para as pessoas e bens.
7 - SUSTENTABILIDADE
Destruir um habitat natural num centro urbano está em contraciclo com os objectivos de desenvolvimento sustentável, a agenda para a biodiversidade 20/30 e as cimeiras do clima. É cada vez mais importante proporcionar espaços verdes naturais e refrescantes às populações e cidades, sobretudo porque prestam importantes serviços do ecossistema.
Carta Aberta subscrita desde já pelos seguintes coletivos, associações e ONG’s:
GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
FAPAS - Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade
SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
DUNAS LIVRES
PAS - Plataforma Água Sustentável
CAMPO ABERTO - Associação de Defesa do Ambiente
CIDADE DA PARTICIPAÇÃO
SCIAENA - Sociedade para o Estudo e Conservação dos Oceanos
PROBAAL - Pro Barrocal Algarvio
STOP ECOCIDE Portugal
ECOTOPIA ACTIVA Associação
TAVIRA EM TRANSIÇÃO
CINECLUBE DE FARO
SOCIEDADE RECREATIVA ARTÍSTICA FARENSE "OS ARTISTAS"
-Dia Mundial da Biodiversidade, 22 de maio de 2023
Movimento Salvar as Alagoas Brancas
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